Cinco anos depois do Prestige: O naufrágio de quatro navios está a deixar o estreito de Kerch com uma mancha gigante de fulóleo. Mais de 600 pessoas estão a participar na operação de limpeza.
Cerca de duas mil toneladas de fuelóleo foram derramadas no mar no estreito de Kerch, onde domingo naufragaram quatro navios, declarou esta terça-feira um funcionário do Ministério para Situações de Emergência russo.
De acordo com o mesmo funcionário, o combustível afectou já dois lugares na costa: um, nos arredores da aldeia Ilitch, onde a mancha petrolífera se estende por 800 metros, e outro, ao largo da língua de areia de Tuzla.
Mais de 600 pessoas, entre eles socorristas, funcionários dos serviços municipais e cadetes, participam na operação de limpeza no litoral, mas o mau tempo continua a dificultar os trabalhos.
O Ministério para Situações de Emergência da Rússia prevê para um agravamento do estado do tempo e do mar, com rajadas de ventos até 170 quilómetros por hora e ondas até quatro metros, não excluindo a possibilidade de "situações críticas ligadas a estragos nos navios que se encontram no mar alto e nos portos, bem como a danos nos cais de protecção dos portos".
Para evitar que a mancha de petróleo entre no Mar de Azov, as autoridades decidiram instalar uma barreira especial no estreito de Kerch. "A barreira será instalada entre o cabo de Tuzla, na Península de Taman na Rússia e a ilha ucraniana de Tuzla", declarou Tatiana Kobzarenko, dos serviços de emergência russos, precisando que a distância entre o cabo e a ilha é de cerca de dez quilómetros.
Prejuízos ambientais
A contaminação causou "um prejuízo colossal aos recursos piscícolas" do estreito de Kerch, local de migração entre os mares Negro e de Azov para várias espécies raras, advertiu a organização não governamental russa "Guarda Ecológica para o Cáucaso do Norte".
Esta zona é o habitat do golfinho mular (Tursiops Truncatus), incluído no Livro Vermelho de espécies protegidas a nível nacional e internacional, de acordo com um comunicado publicado pela organização. Os ecologistas afirmaram que nos portos locais não há equipamentos técnicos para recolher o combustível derramado e que alguns dos navios afundados, como o "Volgoneft-139", não estavam preparados para a navegação durante um temporal.
Quanto ao enxofre, não era transportado em contentores herméticos, como afirmaram as autoridades, mas "a granel dentro dos porões" dos cargueiros que se afundaram. O chefe adjunto do Serviço Federal de Protecção da Natureza (Rosprirodnadzor), Oleg Mitvol, admitiu ainda o risco de chuvas ácidas na zona do estreito de Kerch: "As chuvas ácidas poderão estar ligadas à grande quantidade de enxofre que caiu ao mar.
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