domingo, 19 de junho de 2011
Megadesmatamentos ressurgem em Mato Grosso
Em Nova Ubiratã foram identificados 66 novos desmatamentos, total de 37 mil hectares (ha) entre agosto de 2010 e abril deste ano. No mesmo período, Santa Carmem perdeu 9 mil ha de florestas em 24 desmatamentos e Cláudia, por sua vez, perdeu o mesmo número de hectares em 22 novos desmates. Juntos, estes municípios aumentaram em 1.200% a derrubada da floresta. "Esta é uma região de transição entre Cerrado e Amazônia, de grande valor para a conservação da biodiversidade. Enquanto poderíamos dar bons exemplos de conservação, vemos aí desmatamentos deste porte", lamenta Ricardo Abad, coordenador de geotecnologias do ICV e um dos autores da análise.
Conforme informações do ICV e de Paulo Barreto, do Imazon, estes megadesmatamentos têm sido motivados por duas coisas: mudanças propostas pelo deputado Aldo Rebelo para o novo Código Florestal e também devido à lei do zoneamento estadual sancionada em 20 de abril pelo governador do estado, Silval Barbosa, que prevê a possibilidade de regularização ambiental para áreas desmatadas até a data de sua publicação, além de isentar de reserva legal propriedades abaixo de 400 hectares. "A retomada do desmatamento constitui um retrocesso inaceitável e uma demonstração concreta de que a proposta de alteração do Código Florestal atualmente em tramitação no Congresso Nacional é extremamente nefasta, assim como foi a sanção da lei do zoneamento de Mato Grosso", afirma o ICV, em comunicado oficial. "Estas ações criam a expectativa de impunidade - e a última atualização de Rebelo está ainda pior do que a versão anterior", diz Barreto.
Devido ao afastamento de nuvens, a detecção das infrações foi feita, em sua maioria, na região centro-norte - enquanto houver nuvens, haverá a chance de descoberta de mais megadesmatamentos. O maior deles, feito em pequenos fragmentos há pelo menos um ano, chega a ter 10 mil hectares. Ricardo afirma que órgãos de inteligência possivelmente têm feito investigações para descobrir os infratores e que o ICV seguirá em frente com o monitoramento destas áreas por satélite. A reportagem tentou localizar o superintendente do Ibama em Mato Grosso e foi informada de que apenas amanhã o instituto se manifestará sobre o assunto.
Fonte
Lei ambiental: A mudança será para pior
O Código Florestal Brasileiro em vigor foi instituído em 15 de setembro de 1965, pela Lei 4.777, com objetivo de ser um instrumento legal para evitar a perda da biodiversidade, erosão e empobrecimento do solo assim como o assoreamento dos rios e demais corpos d’água. Um pequeno grupo de pessoas, porém muito poderoso em termos econômicos, alega que o Código Florestal está defasado, engessando o crescimento do país, além de comprometer a produção de alimentos, por reduzir a área destinada à agropecuária. Os argumentos acima citados não têm embasamento científico.
O primeiro aargumento relacionado à defasagem não está correto, pois mesmo sendo instituído em 1965, o Código Florestal passou por inúmeras revisões e medidas provisórias, que foram adequando-o às condições atuais. A segunda afirmativa também não é verdadeira, pois os grupos que estão descontentes com o atual Código Florestal em sua maioria são latifundiários, empresários do agronegócio, produtores de commodities destinadas predominantemente à exportação. Grande parte da produção originária do agronegócio, que detêm 75% das terras do nosso país, consiste em matéria prima para exportação, enquanto a agricultura familiar, detendo apenas 25% das terras, produz em torno de 77% do nosso alimento (MDA - Ministério do Desenvolvimento Agrário).
A alegação de que a legislação ambiental compromete a produção de alimentos devido à redução de áreas destinadas à agropecuária é facilmente derrubada pelos dados do pesquisador Gerd Sparovek da renomada Escola Superior de Agricultura da Universidade de São Paulo (ESALQ). Em seus trabalhos, Gerd mostra que atualmente existe no país mais de 100 milhões de hectares de pastagens degradadas que poderiam ser recuperadas e tornarem-se áreas produtivas. Esta área é imensa quando comparada aos 67 milhões de hectares atualmente ocupados pela agricultura. Além dos atualmente 211 milhões de hectares ocupados pela pecuária num modelo de baixíssima produtividade, produzindo 1,1 animais por hectare.
Hoje existem inúmeros trabalhos científicos mostrando que a produtividade do setor agropecuário pode facilmente ser dobrada, sem derrubar uma árvore, e respeitando os dispositivos do atual Código Florestal. O Projeto de Lei 1.876/99 foi construído para atender os interesses da minoria anteriormente citada, as quais têm a maior fração de terras em nosso país e possuem o maior passivo ambiental. Em nenhum momento a comunidade científica do nosso país foi convidada a participar da construção de uma nova proposta.
Por outro lado, pesquisas mostram que a nossa sobrevivência depende de um conjunto de benefícios advindos dos serviços ecossistêmicos. Estes serviços são os benefícios que as pessoas recebem dos ecossistemas, e as florestas são de extrema importância, pois nos fornecem uma série de serviços como as chuvas, purificação das águas, preservação dos recursos hídricos, fonte de alimento, resinas, fármacos, produção de oxigênio, ciclagem de nutrientes, dentre vários outros. Estes serviços são comprometidos quando as áreas de florestas são substituídas por outros usos do solo (Milenio, 2006).
O Projeto de Lei 1.876/99 tira a função ambiental de preservação das Áreas de Proteção Permanente (APPs). Como o próprio nome diz, as áreas de APP devem ser preservadas e não apenas conservadas como propõem o substitutivo. A proposta também retira da categoria de APP os topos de morros, montes, montanhas, serras e áreas com altitude superior a 1.800m. A cada dia, recebemos inúmeras notícias via meios de comunicação, sobre relatos trágicos com a perda de centenas de vidas devido à ocupação irregular das áreas de encostas. Até mesmo os leigos neste assunto sabem da importância em se preservar estas áreas. Não são necessários dados científicos, para entendermos a importância da preservação das APPs, basta assistir diariamente as noticias em nosso país.
Outra categoria de APP que está seriamente ameaçada, ou seja, deixará praticamente de existir, são as matas ciliares, nas margens dos rios. O código em vigor institui como área de APP as margens dos rios, considerando o leito maior do rio, ou seja, o leito do rio durante o período de cheia. O PL 1876/99 propõe que se considere a margem do rio levando em conta o leito menor.
Imaginamos o exemplo do rio Uatumã, que o Professor Fernando Jardim citou em recente debate na Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), que apresenta na seca largura de 100 m, enquanto no período de cheia 5.000 m. Ao aprovar o PL 1876/99, a área de APP, calculada a partir do leito menor do rio (período de seca), ficaria restringida a 200 m. Dessa forma, os 500 metros de faixa marginal que hoje é considerada APP poderiam ser totalmente desmatados, e 4.800 m, ou seja, 96% do canal do rio, estariam livres para qualquer uso. Além das áreas de APPs desaparecerem, o leito do rio poderá ser ocupado.
Ao aceitar a proposta do substitutivo, podemos amanhã estar construindo nossas casas ou mesmo plantando soja, cana-de-açúcar, fumo dentre outras culturas dentro do leito dos rios. E quando o rio encher e levar nossas casas e nossas plantações, de quem será a culpa? Foi simplesmente castigo de Deus?
O primeiro aargumento relacionado à defasagem não está correto, pois mesmo sendo instituído em 1965, o Código Florestal passou por inúmeras revisões e medidas provisórias, que foram adequando-o às condições atuais. A segunda afirmativa também não é verdadeira, pois os grupos que estão descontentes com o atual Código Florestal em sua maioria são latifundiários, empresários do agronegócio, produtores de commodities destinadas predominantemente à exportação. Grande parte da produção originária do agronegócio, que detêm 75% das terras do nosso país, consiste em matéria prima para exportação, enquanto a agricultura familiar, detendo apenas 25% das terras, produz em torno de 77% do nosso alimento (MDA - Ministério do Desenvolvimento Agrário).
A alegação de que a legislação ambiental compromete a produção de alimentos devido à redução de áreas destinadas à agropecuária é facilmente derrubada pelos dados do pesquisador Gerd Sparovek da renomada Escola Superior de Agricultura da Universidade de São Paulo (ESALQ). Em seus trabalhos, Gerd mostra que atualmente existe no país mais de 100 milhões de hectares de pastagens degradadas que poderiam ser recuperadas e tornarem-se áreas produtivas. Esta área é imensa quando comparada aos 67 milhões de hectares atualmente ocupados pela agricultura. Além dos atualmente 211 milhões de hectares ocupados pela pecuária num modelo de baixíssima produtividade, produzindo 1,1 animais por hectare.
Hoje existem inúmeros trabalhos científicos mostrando que a produtividade do setor agropecuário pode facilmente ser dobrada, sem derrubar uma árvore, e respeitando os dispositivos do atual Código Florestal. O Projeto de Lei 1.876/99 foi construído para atender os interesses da minoria anteriormente citada, as quais têm a maior fração de terras em nosso país e possuem o maior passivo ambiental. Em nenhum momento a comunidade científica do nosso país foi convidada a participar da construção de uma nova proposta.
Por outro lado, pesquisas mostram que a nossa sobrevivência depende de um conjunto de benefícios advindos dos serviços ecossistêmicos. Estes serviços são os benefícios que as pessoas recebem dos ecossistemas, e as florestas são de extrema importância, pois nos fornecem uma série de serviços como as chuvas, purificação das águas, preservação dos recursos hídricos, fonte de alimento, resinas, fármacos, produção de oxigênio, ciclagem de nutrientes, dentre vários outros. Estes serviços são comprometidos quando as áreas de florestas são substituídas por outros usos do solo (Milenio, 2006).
O Projeto de Lei 1.876/99 tira a função ambiental de preservação das Áreas de Proteção Permanente (APPs). Como o próprio nome diz, as áreas de APP devem ser preservadas e não apenas conservadas como propõem o substitutivo. A proposta também retira da categoria de APP os topos de morros, montes, montanhas, serras e áreas com altitude superior a 1.800m. A cada dia, recebemos inúmeras notícias via meios de comunicação, sobre relatos trágicos com a perda de centenas de vidas devido à ocupação irregular das áreas de encostas. Até mesmo os leigos neste assunto sabem da importância em se preservar estas áreas. Não são necessários dados científicos, para entendermos a importância da preservação das APPs, basta assistir diariamente as noticias em nosso país.
Outra categoria de APP que está seriamente ameaçada, ou seja, deixará praticamente de existir, são as matas ciliares, nas margens dos rios. O código em vigor institui como área de APP as margens dos rios, considerando o leito maior do rio, ou seja, o leito do rio durante o período de cheia. O PL 1876/99 propõe que se considere a margem do rio levando em conta o leito menor.
Imaginamos o exemplo do rio Uatumã, que o Professor Fernando Jardim citou em recente debate na Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), que apresenta na seca largura de 100 m, enquanto no período de cheia 5.000 m. Ao aprovar o PL 1876/99, a área de APP, calculada a partir do leito menor do rio (período de seca), ficaria restringida a 200 m. Dessa forma, os 500 metros de faixa marginal que hoje é considerada APP poderiam ser totalmente desmatados, e 4.800 m, ou seja, 96% do canal do rio, estariam livres para qualquer uso. Além das áreas de APPs desaparecerem, o leito do rio poderá ser ocupado.
Ao aceitar a proposta do substitutivo, podemos amanhã estar construindo nossas casas ou mesmo plantando soja, cana-de-açúcar, fumo dentre outras culturas dentro do leito dos rios. E quando o rio encher e levar nossas casas e nossas plantações, de quem será a culpa? Foi simplesmente castigo de Deus?
Como já foi demonstrada em vários trabalhos, a mata ciliar é o ecossistema de maior importância para a manutenção da vida aquática dos rios. Ela serve como filtro na retenção de sedimentos, agrotóxicos e fertilizantes originários das áreas alteradas, seja pela ocupação urbana ou rural. À medida que eliminamos as matas ciliares, estamos também ameaçando os peixes, fonte de proteína de extrema importância para comunidades tradicionais ribeirinhas, indígenas, caboclos, que, em muitos casos, são comunidades com a maior carência de alimento, as quais dependem dos rios para sua sobrevivência.
Outra grande ameaça está relacionada à Reserva Legal (RL), a qual o atual Código Florestal caracteriza como necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos e à conservação da biodiversidade. O uso sustentável, no referido código, permite o uso e manejo das áreas de Reserva Legal. Pelo PL 1876/99, a Reserva Legal passará a ter como função principal o uso econômico, e a conservação passa a ser uma função auxiliar. Permite ainda que, no caso da ausência de Reserva Legal no imóvel, poderá ser realizada a compensação ambiental da área sob regime de servidão ambiental em outra bacia hidrográfica, ou seja, podemos desmatar em Paragominas (PA), e compensar em Xapuri no Acre.
Ao falar em Reserva Legal, não podemos esquecer que a floresta é responsável por grande parte das chuvas, pois, via evapotranspiração, joga umidade para atmosfera. Segundo Antônio Nobre, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), “A Amazônia é uma bomba hidrológica impressionante, que lança diariamente 20 bilhões de toneladas de água na atmosfera, garantindo que uma área responsável por 70% do PIB sul-americano seja devidamente irrigada.” Em 1985, o pesquisador Eneas Salati já mostrava que, na Amazônia, no mínimo 50% da chuva tem origem na umidade que a própria floresta produzia. Além da regulação climática de temperatura, umidade e precipitação, as florestas são de extrema importância para manutenção dos estoques de carbono armazenados na biomassa viva.
Outra grande ameaça está relacionada à Reserva Legal (RL), a qual o atual Código Florestal caracteriza como necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos e à conservação da biodiversidade. O uso sustentável, no referido código, permite o uso e manejo das áreas de Reserva Legal. Pelo PL 1876/99, a Reserva Legal passará a ter como função principal o uso econômico, e a conservação passa a ser uma função auxiliar. Permite ainda que, no caso da ausência de Reserva Legal no imóvel, poderá ser realizada a compensação ambiental da área sob regime de servidão ambiental em outra bacia hidrográfica, ou seja, podemos desmatar em Paragominas (PA), e compensar em Xapuri no Acre.
Ao falar em Reserva Legal, não podemos esquecer que a floresta é responsável por grande parte das chuvas, pois, via evapotranspiração, joga umidade para atmosfera. Segundo Antônio Nobre, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), “A Amazônia é uma bomba hidrológica impressionante, que lança diariamente 20 bilhões de toneladas de água na atmosfera, garantindo que uma área responsável por 70% do PIB sul-americano seja devidamente irrigada.” Em 1985, o pesquisador Eneas Salati já mostrava que, na Amazônia, no mínimo 50% da chuva tem origem na umidade que a própria floresta produzia. Além da regulação climática de temperatura, umidade e precipitação, as florestas são de extrema importância para manutenção dos estoques de carbono armazenados na biomassa viva.
“Como iremos cumprir os acordos internacionais assinados, nos quais o Brasil se comprometeu em reduzir as emissões de gases de efeito estufa, se estamos aprovando uma legislação que estimula e legaliza o desmatamento de milhões de hectares de vegetação nativa?” |
No processo de corte e queima da vegetação, ocorre grande emissão de carbono para a atmosfera. Atualmente, dos 7,6 bilhões de toneladas de carbono liberadas anualmente para a atmosfera, a queima de florestas tropicais ainda é responsável pela emissão de 1,6 bilhões de toneladas. Neste cenário, o Brasil é considerado um dos países que mais contribui para este tipo de emissão, devido ao desmatamento principalmente do bioma Amazônico. Segundo estimativas do Observatório do Clima, caso aprovadas as alterações no Código Florestal, estaremos legalizando uma emissão em torno de 25 bilhões de toneladas de CO2 , ou seja, emissão 13 vezes superior as que ocorreram no ano de 2007. Como iremos cumprir os acordos internacionais assinados, nos quais o Brasil se comprometeu em reduzir as emissões de gases de efeito estufa, se estamos aprovando uma legislação que estimula e legaliza o desmatamento de milhões de hectares de vegetação nativa?
A liberação de milhões de hectares de vegetação nativa para o desmatamento elevará ainda mais as concentrações dos gases de efeito estufa na atmosfera, e os efeitos sobre o clima poderão ser mais intensos. Ao falar em mudanças climáticas, devemos citar o estudo realizado por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinhas (UNICAMP) (Pellegrino, G. Q., Assad, E. D.; Marin, F. R.) publicado na Revista Multiciência, Campinas, no ano de 2007. Segundo este estudo, num cenário bastante otimista com o aumento de apenas 3° C da temperatura, as áreas hoje utilizadas pela agricultura não terão aptidão para as mesmas culturas, e enfrentaremos nos próximos anos sérios riscos no que diz respeito à segurança alimentar em nosso país. Dados deste estudo indicam a redução das áreas para as culturas como feijão (11%), arroz (18%), café (58%), milho (7%) e a soja (39%). A única cultura que será beneficiada com o aumento da temperatura é a cana-de-açúcar, a qual poderá dobrar sua área de produção, ou seja, estamos reduzindo a produção de alimento e estimulando a produção de etanol.
O Projeto de Lei 1.876/99 propõe ainda a isenção de recuperação da reserva legal para propriedades com até quatro módulos fiscais. Módulo fiscal é uma unidade de área estabelecida criada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) que varia em área de 5 a 110 hectares, dependendo da região. O projeto prevê ainda que em grandes áreas, a recuperação deverá ser realizada somente na área que exceder aos 4 módulos fiscais, ou seja, uma propriedade de 500 ha, onde o módulo fiscal é de 100 ha, localizado no bioma amazônico que prevê reserva legal de 80%, existiria a necessidade de recuperar apenas 80 hectares.
A liberação de milhões de hectares de vegetação nativa para o desmatamento elevará ainda mais as concentrações dos gases de efeito estufa na atmosfera, e os efeitos sobre o clima poderão ser mais intensos. Ao falar em mudanças climáticas, devemos citar o estudo realizado por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinhas (UNICAMP) (Pellegrino, G. Q., Assad, E. D.; Marin, F. R.) publicado na Revista Multiciência, Campinas, no ano de 2007. Segundo este estudo, num cenário bastante otimista com o aumento de apenas 3° C da temperatura, as áreas hoje utilizadas pela agricultura não terão aptidão para as mesmas culturas, e enfrentaremos nos próximos anos sérios riscos no que diz respeito à segurança alimentar em nosso país. Dados deste estudo indicam a redução das áreas para as culturas como feijão (11%), arroz (18%), café (58%), milho (7%) e a soja (39%). A única cultura que será beneficiada com o aumento da temperatura é a cana-de-açúcar, a qual poderá dobrar sua área de produção, ou seja, estamos reduzindo a produção de alimento e estimulando a produção de etanol.
O Projeto de Lei 1.876/99 propõe ainda a isenção de recuperação da reserva legal para propriedades com até quatro módulos fiscais. Módulo fiscal é uma unidade de área estabelecida criada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) que varia em área de 5 a 110 hectares, dependendo da região. O projeto prevê ainda que em grandes áreas, a recuperação deverá ser realizada somente na área que exceder aos 4 módulos fiscais, ou seja, uma propriedade de 500 ha, onde o módulo fiscal é de 100 ha, localizado no bioma amazônico que prevê reserva legal de 80%, existiria a necessidade de recuperar apenas 80 hectares.
“Além de favorecer uma pequena minoria, estaremos estimulando as emissões de gases de efeito estufa, mudanças climáticas com aumento da temperatura, sérias interferências sobre o ciclo hidrológico com secas e enchentes cada vez mais extremas, aumento do nível do mar, salinização dos rios, perda irreversível da biodiversidade, insegurança alimentar, ameaça às populações mais pobres, já que estas vivem nas áreas menos favorecidas, dentre várias outras conseqüências.” |
Se o Projeto de Lei 1.876 for aprovado, será um grande retrocesso em termos de desenvolvimento, enquanto a comunidade internacional fala em sustentabilidade, redução de impactos ambientais, estamos aprovando uma legislação que legaliza justamente o contrário. Além de favorecer uma pequena minoria, estaremos estimulando as emissões de gases de efeito estufa, mudanças climáticas com aumento da temperatura, sérias interferências sobre o ciclo hidrológico com secas e enchentes cada vez mais extremas, aumento do nível do mar, salinização dos rios, perda irreversível da biodiversidade, insegurança alimentar, ameaça às populações mais pobres, já que estas vivem nas áreas menos favorecidas, dentre várias outras conseqüências.
Hoje dispomos de tecnologia para aumentar a nossa produtividade, com técnicas de plantio direto, sistemas agroflorestais, sistemas agrossilvopastoris que além de aumentar a produtividade, minimizam os impactos sobre os recursos hídricos. Também possuímos técnicas eficientes para a recuperação de áreas degradada para tornar novamente produtivo os sistemas degradados. É hora de a sociedade refletir e debater sobre como conciliar economia e meio ambiente, produção e soberania alimentar, agricultura e democratização do acesso à terra, e não ficarmos reféns de um modelo produtivista excludente e depredador dos recursos naturais.
Fonte
O Brasil e as Florestas
Mudanças climáticas, grandes obras de infraestrutura e um projeto de lei que altera o código florestal ameaçam dar novo impulso à destruição das florestas. Herdeiros das maiores e mais diversas matas tropicais do planeta, muitos brasileiros ainda assistem indiferentes ao desaparecimento de seu mais valioso patrimônio natural. Enquanto os esforços para conter o desmatamento se concentram em medidas legais e econômicas, o elemento humano – o indivíduo – e as razões por trás de seu comportamento de derrubar a floresta, protegê-la, ou assistir indiferente à sua destruição, tem sido ignorado nas políticas de conservação e de desenvolvimento.
A maneira como o brasileiro se relaciona com as florestas passou a ser uma preocupação dentro e fora do país a partir de 1988, depois que imagens de satélite revelaram pela primeira vez a magnitude do desmatamento na Amazônia. No mesmo ano, a notícia da morte do seringueiro Chico Mendes contribuiu para colocar de vez a floresta amazônica - e seu algoz, o brasileiro - no centro das atenções da comunidade ambientalista. As autoridades brasileiras reagiram criando áreas protegidas. Desde 1992, foram criadas mais de 80 unidades de conservação na Amazônia. Governo, empresas e sociedade civil buscaram também desenvolver mecanismos econômicos para proteger a floresta. Do incentivo ao extrativismo, manejo florestal e ecoturismo ao pagamento por serviços ecológicos e a grande aposta atual no REDD, a lógica por trás desses mecanismos financeiros e de mercado é agregar valor monetário à floresta, fazendo com que ela valha mais em pé do que derrubada.
Porém, a visão de que a raíz dos problemas ambientais está, em última análise, no comportamento humano, e a crescente evidência de que o comportamento humano não é determinado apenas por fatores contextuais tais como as leis e o dinheiro, mas também por fatores individuais, sugerem que a proteção das florestas tem que levar em conta também as dimensões humanas da relação homem-floresta. Precisamos entender o que o brasileiro pensa e sente em relação às florestas se quisermos mudar de forma duradoura seu comportamento acerca delas. O comportamento humano, porém, é um fenômeno complexo e deve ser examinado em diferentes níveis.
Como entender a relação
Em seu nível mais fundamental e universal, nossa resposta comportamental ao ambiente foi moldada pela evolução. Cada espécie de animal tem seu ambiente preferido, onde suas adaptações lhe permitem prosperar. De acordo com a Hipótese da Savana, nossos ancestrais que viveram nas planícies da África teriam desenvolvido uma preferência inata por paisagens abertas e com árvores esparsas, onde era mais fácil coletar vegetais e avistar e seguir os bandos de ungulados de grande porte que lhes serviam de caça. Essa preferência ainda estaria presente no homem moderno e evidências disso vão desde a prevalência desse tipo de paisagem em pinturas clássicas e parques urbanos até o resultado dos testes em que pessoas de diversas partes do mundo escolheram a paisagem mais atraente entre fotos de savanas com árvores, campos limpos e florestas fechadas. Segundo essa visão, somos animais da savana.
Não somos uma espécie florestal. Claro que alguns povos se estabeleceram em ambientes florestais, mas usando a floresta apenas como fonte de alimento e de outros recursos, preferindo construir suas moradias e fazer suas refeições e rituais em terreiros a céu aberto, como faz a maioria dos índios brasileiros. São poucos os povos que vivem permanentemente debaixo do dossel fechado da floresta e, como mostra Jared Diamond em Armas, Germes e Aço, o estilo de vida coletor-caçador dos legítimos povos da floresta os condena a uma dieta pobre em energia e, em última análise, a viver em grupos pequenos e incapazes de se desenvolver tecnologicamente (a floresta é incompatível com as duas invenções que levaram ao surgimento das civilizações: agricultura e criação de animais domésticos). Haveria, portanto, um fundamento biológico para o comportamento humano de evitar a floresta, e esse impulso ancestral talvez fosse a base para nossa relação predatória com ela.
Por outro lado, a Hipótese da Biofilia propõe que a evolução teria selecionado no ser humano um sentimento inato de afinidade com o mundo vivo. Esse sentimento teria estimulado nossos ancestrais a entender os riscos e oportunidades em seu ambiente e, desse modo, contribuído para sua sobrevivência. A quinta-essência da diversidade e sofisticação no mundo vivo é encontrada na floresta tropical e, portanto, esse tipo de ambiente exerceria sobre nós uma atração instintiva especial.
A maioria dos pesquisadores concorda, no entanto, que a maior parte da variação no comportamento humano é resultado do que aprendemos. São nossos conhecimentos e crenças que determinam mais diretamente as nossas ações. Povos indígenas e populações tradicionais acumularam através dos tempos um profundo conhecimento sobre os recursos naturais das florestas onde vivem que lhes permite tirar sustento da floresta sem derrubá-la. Eles têm sido o principal alvo de estudos antropológicos sobre a relação homem-floresta. No entanto, os atores mais diretamente relacionados com o desmatamento no Brasil têm sido os migrantes na fronteira agrícola da Amazônia. São na maioria produtores rurais oriundos de regiões onde há muito não existem florestas. Eles precisam de renda, mas têm pouco conhecimento sobre como utilizar os recursos que a floresta oferece. Acreditam que a única maneira pela qual podem ganhar a vida é criando gado.
Diferente do que acontece com as populações tradicionais, a produção na fronteira agrícola da Amazônia está vinculada aos mercados. A demanda por soja, carne e madeira acelera a destruição da floresta. São portanto os consumidores que, em última análise, empurram adiante a fronteira do desmatamento. O consumidor brasileiro sabe pouco sobre a floresta amazônica e seus problemas socioambientais. A maioria dos brasileiros mora em cidades fora da Amazônia, desconhece a origem dos produtos que consome, e acredita que a Amazônia não passa de um lugar distante sobre o qual não tem nenhum impacto ou responsabilidade.
Nossas ações não são guiadas somente pela racionalidade dos conhecimentos e crenças. Somos movidos também pela emoção. Medo, raiva e amor são exemplos de sentimentos que influenciam nossa relação com o mundo natural. O medo de cobras, aranhas e outros animais da floresta explica, em parte, a falta de árvores nas proximidades de habitações humanas. Por outro lado, é por gostarmos de animais, plantas e paisagens naturais que conservamos as florestas. Parques Nacionais, que formam as maiores extensões de florestas protegidas na Amazônia, são criados levando em conta, entre outros critérios, a beleza cênica, e apreciação estética é um fenômeno afetivo. A falta de emoção, por sua vez, resulta em indiferença.
Andrew Balmford diz que “o mais deprimente problema de conservação não é a destruição do habitat ou a extração predatória, mas a indiferença humana diante desses problemas”. Sem vínculos afetivos com a floresta, o brasileiro médio não se importa que hidrelétricas e asfaltamento de rodovias possam impulsionar novamente o desmatamento na Amazônia, que a madeira que compra não seja certificada, ou que suas emissões de carbono, mesmo feitas à distância, possam contribuir com a sequência de eventos que culmina na savanização de parte da floresta amazônica.
Por fim, nosso comportamento depende também do contexto social e cultural no qual estamos inseridos. Tendemos a fazer aquilo que acreditamos que “os outros” estão fazendo, principalmente se entre os outros estiverem membros influentes e respeitados da comunidade. O produtor rural conclui que “se todo mundo desmata, então desmatar é o certo, e eu também vou desmatar”. Além disso, fazemos aquilo que julgamos ser socialmente desejável e nos abstemos de fazer aquilo que nos parece socialmente reprovável. Proprietários rurais da Costa Rica que reservaram parte de suas terras como áreas protegidas informaram que sua principal motivação para proteger a floresta não era de ordem legal ou econômica, mas social: eles acreditavam que a iniciativa politicamente correta lhes traria prestígio! À medida que a sociedade brasileira se torna mais ambientalmente consciente, o reconhecimento daqueles que participam do esforço organizado para preservar recursos biológicos ameaçados cresce de forma considerável, especialmente quando se trata de um lugar mundialmente conhecida como a Amazônia.
A modernização da nossa sociedade é acompanhada também por uma mudança de valores em relação à natureza – de valores predominantemente utilitários para valores mutualísticos – de modo que as florestas ganham importância como recurso turístico ou simplesmente por seu valor intrínsico. A floresta vista pejorativamente como “mato” ganha a imagem de um lugar importante, atraente, que merece ser visitado e cuidado. Na sociedade pós-industrial, o horizonte ético é expandido e considerações morais se aplicam cada vez mais à maneira como nos comportamos diante das florestas também: explorá-las de forma insustentável se torna algo imoral.
Como melhorar a relação
Em suma, o comportamento humano em relação às florestas é influenciado por fatores genéticos, pessoais, sociais e culturais. Embora essa influência seja eventualmente fraca e nem sempre decisiva, ela não deveria ser ignorada nem ofuscada pelo poder das imposições legais e econômicas. Em vista da dificuldade de se fazer cumprir a lei nas regiões mais remotas do país, e da limitação das abordagens econômicas para tornar a floresta mais rentável em pé do que derrubada, as estratégias para a conservação das florestas no Brasil deveriam incluir ainda as dimensões humanas da relação entre o brasileiro e as florestas.
Devemos examinar em que casos é possível e pertinente influenciar os fatores pessoais, sociais e culturais, e mobilizá-los de modo a complementar e amplificar os efeitos dos fatores legais e materiais. Os fatores pessoais - conhecimentos, crenças, sentimentos e habilidades - que moldam a maneira como tratamos as florestas podem ser influenciados por intervenções de educação e comunicação. O contexto social que incentiva o brasileiro - agricultor, empresário ou político - a destruir a floresta ou protegê-la, pode ser devidamente mudado por ferramentas de marketing social; por meio de ‘modelos’ (membros influentes da comunidade que dão o bom exemplo a ser imitado); pela comunicação feita através de instituições locais respeitadas e redes sociais informais, de modo que as mensagens conservacionistas sejam disseminadas ‘horizontalmente’ e não de cima para baixo; pela recompensa social, incluindo premiações (incentivo positivo em lugar de negativo); e pelo envolvimento comunitário, com planejamento e manejo participativos.
O futuro sustentável das florestas vai exigir, no entanto, a adoção de um novo paradigma cultural no qual as motivações para a conservação não sejam apenas legais, econômicas e ecológicas, mas também afetivas, estéticas, culturais, espirituais e éticas. Esse novo paradigma ainda deverá ser devidamente desenvolvido e aplicado e, portanto, dependerá da disposição das próximas gerações em mudar a maneira como se relacionam com a floresta. Precisamos incluir as crianças e jovens brasileiros nesse esforço, e desenvolver abordagens efetivas para transformá-los em cidadãos que se relacionam de forma responsável com as florestas. Iniciativas com esse objetivo já existem.
Um exemplo deles é a Escola da Amazônia, que há 8 anos vem trazendo para as escolas de Alta Floresta, na fronteira de desmatamento, a temática da conservação das floresta, usando duas espécies excepcionalmente carismáticas da região – o macaca-aranha-da-cara-branca e a onça-pintada – para capturar a atenção e a curiosidade de alunos e educadores, criando e fortalecendo o vínculo afetivo das crianças com a floresta, despertando nos jovens o interesse por alternativas econômicas mais sustentáveis que a pecuária, e levando jovens dos grandes centros urbanos para conhecer de perto a realidade da região. Leis e dinheiro sozinhos podem trazer benefícios imediatos para as florestas, mas a longo prazo as perspectivas são melhores se abordagens focadas no indivíduo, incluindo o jovem e a criança, forem também incorporadas. É assim que teremos mais chance de que o Brasil continue sendo, por muito tempo, o país das florestas.
Fonte
•1976 - Seveso – Itália.
A cidade de Seveso, na Itália, tornou-se mundialmente famosa quando em 10 de julho de 1976. Tanques de armazenagem na indústria química ICMESA romperam, liberando vários quilogramas da dioxina TCDD (2,3,7,8-tetraclorodibenzo-p-dioxina) na atmosfera e o produto espalhou-se por grande área na planície Lombarda, entre Milão e o lago de Como. Devido à contaminação, 3000 animais morreram e outros 70000 animais tiveram que ser sacrificados para evitar a entrada da dioxina na cadeia alimentar. Acredita-se que não tenha havido mortes de seres humanos diretamente vinculadas ao acidente, mas 193 pessoas nas áreas afetadas sofreram de cloracne e outros sintomas.
O acidente ocorreu durante a produção de 2,4,5-triclorofenol, um herbicida, fungicida, e produtos químicos intermediários, A ocorrência de reação química foi particularmente interessante já que ocorreu num sábado às 12h30, quando a instalação estava realmente fechada para o fim de semana e nenhum processo estava em andamento. De alguma maneira a mistura de produtos químicos que tinham sido deixados na caldeira espontaneamente reagiram gerando suficiente calor e energia para posteriormente causar uma reação plena. Não se sabe ao certo como isto chegou a ocorrer, mas tem havido questionamentos sobre por que a instalação foi paralisada com a produção no meio de um ciclo.
Consequências:
-3000 animais mortos e 70000 sacrirficados
-193 pessoas nas áreas afetadas sofreram de cloracne e outros sintomas.
•1979 - Three Mile Island – Pensilvânia – Estados Unidos.
O acidente ocorrido em 28 de março de 1979, na usina nuclear de Three Mile Island, estado da Pensilvânia nos Estados Unidos, foi causado por falha do equipamento devido o mau estado do sistema técnico e erro operacional. Houve corte de custos que afetaram economicamente a manutenção e uso de materiais inferiores. Mas, principalmente apontaram-se erros humanos, com decisões e ações erradas tomadas por pessoas despreparadas.
O acidente desencadeou-se pelos problemas mecânico e elétrico que ocasionaram a parada de uma bomba de água que alimentava o gerador de vapor, que acionou certas bombas de emergência que tinham sido deixadas fechadas. O núcleo do reator começou a se aquecer e parou e a pressão aumentou. Uma válvula abriu-se para reduzir a pressão que voltou ao normal. Mas a válvula permaneceu aberta, ao contrário do que o indicador do painel de controle assinalava. Então, a pressão continuou a cair e seguiu-se uma perda de líquido refrigerante ou água radioativa: 1,5 milhão de litros de água foram lançados no rio Susquehanna. Gases radioativos escaparam e atingiram a atmosfera. Outros elementos radioativos atravessaram as paredes.
Um dia depois foi medido a radioatividade em volta da usina que alcançava até 16 quilômetros com intensidade de até 8 vezes maior que a letal. Apesar disso,o governador do estado da Pensilvânia iniciou a retirada só dois dias depois do acidente. O governador Dick Thornburgh aconselhou o chefe da NRC, Joseph Hendrie, a iniciar a evacuação "pelas mulheres grávidas e crianças em idade pré-escolar em um raio de 5 milhas ao redor das intalações". Em poucos dias, 140.000 pessoas haviam deixado a área voluntariamente.
Consequências:
-Um dia depois foi medido a radioatividade em volta da usina que alcançava até 16 quilômetros com intensidade de até 8 vezes maior que a letal.
-Foi evacuado uma área de até 5 milhas todas as mulheres grávidas e crianças em idade pré-escolar.
•1984 – Vila Socó – Cubatão – Brasil.
Por volta das 22h30 do dia 24/02/1984 moradores da Vila Socó (atual Vila São José), Cubatão/SP, perceberam o vazamento de gasolina em um dos oleodutos da Petrobrás que ligava a Refinaria Presidente Bernardes ao Terminal de Alemoa. A tubulação passava em região alagadiça, em frente à vila constituída por palafitas. Na noite do dia 24, um operador alinhou inadequadamente e iniciou a transferência de gasolina para uma tubulação (falha operacional) que se encontrava fechada, gerando sobrepressão e ruptura da mesma, espalhando cerca de 700 mil litros de gasolina pelo mangue. Muitos moradores visando conseguir algum dinheiro com a venda de combustível, coletaram e armazenaram parte do produto vazado em suas residências. Com a movimentação das marés o produto inflamável espalhou-se pela região alagada e cerca de 2 horas após o vazamento, aconteceu a ignição seguida de incêndio. O fogo se alastrou por toda a área alagadiça superficialmente coberta pela gasolina, incendiando as palafitas.
O número oficial de mortos é de 93, porém algumas fontes citam um número extra oficial superior a 500 vítimas fatais (baseado no número de alunos que deixou de comparecer à escola e a morte de famílias inteiras sem que ninguém reclamasse os corpos), dezenas de
feridos e a destruição parcial da vila.
Consequências:
-93 pessoas mortas (oficial)
- mais de 500 mortes (número extra oficial)
•1984 – Bhopal – Índia.
A tragédia de Bhopal foi um desastre industrial que ocorreu na madrugada de 3 de dezembro de 1984, quando 40 toneladas de gases tóxicos vazaram na fábrica de pesticidas da empresa norte-americana Union Carbide. É o pior desastre industrial ocorrido até hoje. Mais de 500 mil pessoas, a sua maioria trabalhadores, foram expostas aos gases e pelo menos 27 mil morreram por conta disso. A Union Carbide, empresa de pesticidas de origem americana, se negou a fornecer informações detalhadas sobre a natureza dos contaminantes, e, como conseqüência, os médicos não tiveram condições de tratar adequadamente os indivíduos expostos. Cerca de 150 mil pessoas ainda sofrem com os efeitos do acidente e aproximadamente 50 mil pessoas estão incapacitadas para o trabalho, devido a problemas de saúde. As crianças que nascem na região filhas de pessoas afetadas pelos gases também apresentam problemas de saúde. Mesmo hoje os sobreviventes do desastre e as agências de saúde da Índia ainda não conseguiram obter da Union Carbide e de seu novo dono, a Dow Química(Dow Chemicals), informações sobre a composição dos gases que vazaram e seus efeitos na saúde. Apesar deste quadro absurdo, a fábrica da Union Carbide em Bhopal permanece abandonada desde a explosão tóxica enquanto que resíduos perigosos e materiais contaminados ainda estão espalhados pela área, contaminando solo e águas subterrâneas, dentro e no entorno da antiga fábrica.
Segundo José Possebon (coordenador de Higiene do trabalho da Fundacentro), a tragédia poderia ter sido evitada. Os sistemas de segurança da fábrica eram insuficientes, devido ao corte de despesas com segurança imposto pela matriz da empresa, nos EUA, que por sua vez acontece por causa do retorno esperado da indústria não ser suficiente
Segundo José Possebon (coordenador de Higiene do trabalho da Fundacentro), a tragédia poderia ter sido evitada. Os sistemas de segurança da fábrica eram insuficientes, devido ao corte de despesas com segurança imposto pela matriz da empresa, nos EUA, que por sua vez acontece por causa do retorno esperado da indústria não ser suficiente
Consequências:
-Mais de 500 mil pessoas, a sua maioria trabalhadores, foram expostas aos gases; e
-Pelo menos 27 mil morreram por conta disso;
-Cerca de 150 mil pessoas ainda sofrem com os efeitos do acidente;
- Aproximadamente 50 mil pessoas estão incapacitadas para o trabalho.
•1986 – Chernobyl – Rússia.
O acidente nuclear de Chernobil ocorreu dia 26 de abril de 1986, na Usina Nuclear de Chernobil (originalmente chamada Vladimir Lenin) na Ucrânia (então parte da União Soviética). É considerado o pior acidente nuclear da história da energia nuclear, produzindo uma nuvem de radioatividade que atingiu a União Soviética, Europa Oriental, Escandinávia e Reino Unido, com a liberação de 400 vezes mais contaminação que a bomba que foi lançada sobre Hiroshima. Grandes áreas da Ucrânia, Bielorrússia e Rússia foram muito contaminadas, resultando na evacuação e reassentamento de aproximadamente 200 mil pessoas.
Consequências:
- Um relatório da Organização das Nações Unidas de 2005 atribuiu 56 mortes até aquela data – 47 trabalhadores acidentados e nove crianças com câncer da tireóide; (o Greeenpeace contesta esses números)
- Um estudo feito em 2005 (quase 20 antos depois) aponta que morreram de câncer entre 30.000 e 60.000 pessoas vítimas do vazamento de Chernobyl.
•1989 – Exxon Valdez – Álaska.
Navio superpetroleiro, o Valdez, a serviço da Exxon, bateu na costa do Alasca, deixando escapar 260 mil barris de petróleo, imergindo em óleo praticamente toda a fauna da região.
Navio superpetroleiro, o Valdez, a serviço da Exxon, bateu na costa do Alasca, deixando escapar 260 mil barris de petróleo, imergindo em óleo praticamente toda a fauna da região.
Consequências:
Morreram
Morreram
-250.000 pássaros marinhos;
-2.800 lontras marinhas;
-250 águias;
-22 orcas; e
-bilhões de ovos de salmão.
-A limpeza custou $ 2,5 bilhões..
-A limpeza custou $ 2,5 bilhões..
•2000 – Rio de Janeiro, Brasil.
A maior estatal brasileira, a Petrobras, foi responsável, no dia 18 janeiro, pelo derramamento de mais de 1 milhão de litros de óleo na baía de Guanabara. Em julho do mesmo ano, mais um acidente. Desta vez, cerca de 4 milhões de litros de óleo cru vazam de refinaria em Araucária (PR).
A maior estatal brasileira, a Petrobras, foi responsável, no dia 18 janeiro, pelo derramamento de mais de 1 milhão de litros de óleo na baía de Guanabara. Em julho do mesmo ano, mais um acidente. Desta vez, cerca de 4 milhões de litros de óleo cru vazam de refinaria em Araucária (PR).
Consequências:
-A mancha se espalhou por mais de 50 quilômetros quadrados;
-Atingiu o manguezal da área de proteção ambiental (APA) de Guapimirim;
-Inúmeras espécies da fauna e flora;
-Graves prejuízos de ordem social e econômica a população local.
•2002 – Espanha - Navio Prestige, das Bahamas.
Em 13 de novembro de 2002 começou a maior catástrofe ambiental que até o momento havia sacudido a costa galega: o afundamento e posterior derramamento de milhares de toneladas de fuel-oil por parte do petroleiro "Prestige".
O petroleiro grego Prestige naufragou na costa da Espanha, despejando 11 milhões de litros de óleo no litoral da Galícia. A sujeira afetou 700 praias e matou mais de 20 mil aves. Em comparação com o Exxon Valdez, a quantidade de óleo derramado foi menor, e a biodegradação do produto foi facilitada pelas temperaturas mais altas. Nos meses seguintes ao desastre, o submarino-robô Nautile soldou o navio afundado a 3600 metros de profundidade.
O petroleiro grego Prestige naufragou na costa da Espanha, despejando 11 milhões de litros de óleo no litoral da Galícia. A sujeira afetou 700 praias e matou mais de 20 mil aves. Em comparação com o Exxon Valdez, a quantidade de óleo derramado foi menor, e a biodegradação do produto foi facilitada pelas temperaturas mais altas. Nos meses seguintes ao desastre, o submarino-robô Nautile soldou o navio afundado a 3600 metros de profundidade.
Consequências:
- Cerca de 15 mil pássaros foram afetados.
- A limpeza custou $ 12 bilhões. •2010 – Golfo do México.
Em 20 de abril de 2010, uma explosão na plataforma de petróleo da BP no golfo do México provocou a morte de 11 pessoas após a explosão da plataforma Deepwater Horizon, além de jogar no mar mais de 4 milhões de barris de óleo, no pior desastre ambiental da história dos Estados Unidos.
Consequências:
- 11 funcionários mortos.
- Mais de 400 tartarugas que correm risco de extinção e que foram contaminadas, entre outros animais como golfinhos.
- O derramamento de petróleo da BP no Golfo do México, que pode se tornar o maior desastre ambiental do país e o mais caro serviço de limpeza desde o Exxon Valdez, em 1989, deve custar às seguradoras até US$ 1,5 bilhão
Fonte
terça-feira, 14 de junho de 2011
Os peixes mais venenosos do mundo
Muitos peixes são venenosos em um grau menor ou maior, o mais notório deles é da família Tetraodontidae, também conhecido como baiacu. Destes, o detentor do recorde mundial de peixe mais venenoso é o baiacu da Morte ou Maki-maki (Arothron hispidus). Os órgãos internos deste peixe são tão venenosos que se necessita menos de 0,1 gramas (ou 400ths de uma onça) para matar um ser humano adulto em menos de meia hora.
Entretanto, as pessoas no Japão comem a carne deste peixe que pode ser consumida com segurança se ela está disposta de tal maneira que nenhuma das tetrodotoxina fique na pele na carne ou no osso. A refeição é considerada uma iguaria e os chefs que preparam a refeição necessitam de um curso especial de três anos de aprendizagem. Apesar de todas as precauções, no entanto, cerca de 50 pessoas morrem por ano no Japão, ao comer o peixe mal preparado.
Os venenos dos peixes evoluíram muito provavelmente como um meio de defesa não de ataque. Os venenos, portanto, tendem a serem dolorosos e não fatais. Além disso, como acontece com o peixe venenoso descrito acima, estas toxinas evoluíram para protegê-los dos predadores aquáticos, seus efeitos sobre os seres humanos não é particularmente importante do ponto de vista do peixe. Pelo menos 10 famílias e quarenta espécies de peixes têm evoluído toxinas que podem ser injetadas em outro animal com espinhos especialmente adaptados.A mais perigosa delas é a Stonefish da família Synanceidae. A família contém quatro espécies, o mais perigoso dos quais é o Stonefish da Índia,chamado Synanceia horrida. Esta espécie, que pode crescer até 60 cm de comprimento, tem treze espinhas dorsais cada uma ligada à sua própria glândula de veneno. O peixe espreita sua vítima no fundo do mar e captura as presas que passam. Quando atacado, erige suas espinhas. A maioria dos acidentes ocorre em conseqüência dos peixes serem pisados. As espinhas são tão fortes que transpassam pela sola de um calçado de praia. A maioria dos acidentes não são fatais, embora alguns sejam, mas eles são sempre muito dolorosos.
Fonte: http://www.earthlife.net
Os 10 peixes mais assustadores
Os peixes são criaturas inofensivas . Porem existem algumas espécies que são muito repugnantes demais.
Tomara que nunca ninguém se depare com uma dessas criaturas horriveis e perigosas.
Veja a relação completa:
Obsv: tem algumas espécies que o mesmo peixe pode ter nomes diferentes, isso varia de região para região.
Tomara que nunca ninguém se depare com uma dessas criaturas horriveis e perigosas.
Veja a relação completa:
Obsv: tem algumas espécies que o mesmo peixe pode ter nomes diferentes, isso varia de região para região.
Nota: Os tubarões não estão neste top , aqui só esta relacionados peixes de menor porte , e também devido suas aparências horriveis e dentes amedrontadores.
1. Piranha
Imagem: Laura Travels
Uma das ameaças mais temidas, são estas pequenas de dentes afiados que representa para os seres humanos perigo, muito usada em filmes de terror – incluindo o sucesso ” A Piranha 3d” . Com os dentes perfeitamente desenhado para a rápida penetração e corte de carne , ela tem um apetite voraz, como se você precisasse saber . A Piranha também é agressiva para a sua própria espécie e pode tornar-se canibalesca se mal alimentada.
Embora o Piranha sejam verdadeiras caçadoras, são altamente organizadas , em sua defesa também come vegetais tais como sementes,mas , você não iria gostar de estar em águas amazônicas com um ferimento atissando o apetite dessas caçadoras.
2. Tamboril
Image: tgerard2001
Esse peixe mostruoso se encontra só em lugares bem profundos e escuros. Ocultos e muito abaixo da superfície do oceano, este monstro é chamado assim por causa de seu distinto método de captura de suas presas usando essa antena em sua testa para destrair e atacar suas presas. O Tamboril emite luz brilhante o que chama a atenção . Quando a vítima, desavisados fica perto o suficiente ja era, o tamboril devora-o inteiro.
Esta máquina como predador pode expandir a sua mandíbula , permitindo-lhe engolir presas ainda maior do que ela própria. É encontrada em profundidades de 3,300-6,600 m. No que diz respeito pode ficar lá, bem longe de nós.
3. Moray enguia
Imagem: bwraf
Encontrado em todo o mundo em fendas e rochedos bem profundos, onde fica à espera de presas passar por perto o suficiente para que a investida nas suas garras poderosas . Esse temível carnívoro alimenta se de criaturas do mar, mas também pode provocar lesões graves às pessoas que chegam muito perto . Aparentemente, só vai atacar os humanos em auto-defesa ou morder as mãos. Quando perturbado, porém, é vicioso, e as bactérias pode infectar feridas, no caso de uma mordida cruel.
Outra característica que torna o Moray exclusivo é o segundo conjunto de mandíbulas na sua garganta que também estão equipados com dentes. Quando caça e captura as vítimas, este saqueador usa todos esses dentes .
4. Tigre peixe
Image: fotographyfun
Prêmios para quem descobrir o porque desse nome :>. Com um escancarada cabeça composta de uma boca extremamente bem desenvolvida com dentes protuberantes, definitivamente este não é o tipo de peixe que você gostaria de encontrar em um canto escuro do rio. O Tigre é tão feroz quanto a aparência – ferozmente territorial e conhecido por ser um predador voraz.
O corpo deste peixe é construído para uma grande velocidade e potência, e com a sua armadura escamosa. Encontrado em água doce em toda a África, o Tigre irá comer praticamente todos os peixes que passar em seu caminho usando uma forte mandíbula músculos praticamente como as Piranha. Os pescadores têm uma relação saudável para o Golias peixe Tigre, um monstro excepcionalmente adaptados para o rio Congo que a National Geographic recentemente descreveu como um exemplo de “evolução sobre esteróides”.
5. Peixe cabeça de cobra
Image via: environmentalgraffiti
Encotrado em todo o Sudeste Asiático, partes da Índia e da África, ele possui uma cabeça de cobra e apresenta acentuados dentes, e vai comer praticamente tudo no interior ou dentro água, quer se trate de peixes, aves, anfíbios e mamíferos
6. Viperfish
Image via: wolaver
Esse peixe ao contrário da maioria pode ser encotrado em até 700m abaixo do mar de pode tambem subir muito acima em busca de presa.
7. Fangtooth Fish
Image: Diwan2000sa
Outro assassino cruel, que é encontrado em profundidades um tanto quanto nebuloso 5 km abaixo da superfície. Dotado de superdimensionada boca ,dentes e uma forte mandíbula, os dois dentes maiores do Fangtooth estão na parte de baixo o peixe tem um par de soquetes de ambos os lados do seu cérebro minúsculo para os dentes ficar escondidos quando fechar a boquinha. O Fangtooth tem os maiores dentes dentre todos peixes comparando ao seu tamanho.
8. Peixe dragão
Imagem: clifftrobot
Continuando o horror no fundo do mar , o Peixe dragão tem tamanho especial boca e dentes que são características da abismal que estamos vendo . A cabeça do Dragão parece com seu parente Viperfish, a diferença é que ele tem uma barbicha abaixo do seu queixo que emite luz para atrair presas, similar a atração do Tamboril.
9. Gulper Enguia
Imagem: Alexander Yean
Com uma boca muito maior do que o seu próprio corpo, o Gulper Enguia nada em nosso meio. Esta especie aterrorizante é conhecido como Pelicano Enguia, porcausa de seu maxilar inferior fica fácil entender porquê. A boca pode ser aberta o suficiente para o Gulper engolir criaturas muito maiores do que ele próprio. Mas, apesar do tamanho do Gulper, ele tem dentes pequenos, sugerindo a ele uma dieta de pequenos peixes. Este monstro habita profundidades de milhares de pés para baixo.
10. Congro Enguia
Image: Benthichi
Finalmente, passando para um nível ligeiramente menor profundidade insondável. Pode não ter tantos truques como seu primo Moray, mas com a sua grande dimensão. O americano Congro, é conhecido por ser peixe feroz. Boca grande e dentes fortes que poderiam realmente fazer alguns estragos, que definitivamente eu não gostaria de estar brincando com um desses maus rapazes . Até bem fritinho em um prato deve dar um certo receio.
Retirado de: www.turmadableia.com
Desastre ambiental no mar negro
Cinco anos depois do Prestige: O naufrágio de quatro navios está a deixar o estreito de Kerch com uma mancha gigante de fulóleo. Mais de 600 pessoas estão a participar na operação de limpeza.
Cerca de duas mil toneladas de fuelóleo foram derramadas no mar no estreito de Kerch, onde domingo naufragaram quatro navios, declarou esta terça-feira um funcionário do Ministério para Situações de Emergência russo.
De acordo com o mesmo funcionário, o combustível afectou já dois lugares na costa: um, nos arredores da aldeia Ilitch, onde a mancha petrolífera se estende por 800 metros, e outro, ao largo da língua de areia de Tuzla.
Mais de 600 pessoas, entre eles socorristas, funcionários dos serviços municipais e cadetes, participam na operação de limpeza no litoral, mas o mau tempo continua a dificultar os trabalhos.
O Ministério para Situações de Emergência da Rússia prevê para um agravamento do estado do tempo e do mar, com rajadas de ventos até 170 quilómetros por hora e ondas até quatro metros, não excluindo a possibilidade de "situações críticas ligadas a estragos nos navios que se encontram no mar alto e nos portos, bem como a danos nos cais de protecção dos portos".
Para evitar que a mancha de petróleo entre no Mar de Azov, as autoridades decidiram instalar uma barreira especial no estreito de Kerch. "A barreira será instalada entre o cabo de Tuzla, na Península de Taman na Rússia e a ilha ucraniana de Tuzla", declarou Tatiana Kobzarenko, dos serviços de emergência russos, precisando que a distância entre o cabo e a ilha é de cerca de dez quilómetros.
Prejuízos ambientais
A contaminação causou "um prejuízo colossal aos recursos piscícolas" do estreito de Kerch, local de migração entre os mares Negro e de Azov para várias espécies raras, advertiu a organização não governamental russa "Guarda Ecológica para o Cáucaso do Norte".
Esta zona é o habitat do golfinho mular (Tursiops Truncatus), incluído no Livro Vermelho de espécies protegidas a nível nacional e internacional, de acordo com um comunicado publicado pela organização. Os ecologistas afirmaram que nos portos locais não há equipamentos técnicos para recolher o combustível derramado e que alguns dos navios afundados, como o "Volgoneft-139", não estavam preparados para a navegação durante um temporal.
Quanto ao enxofre, não era transportado em contentores herméticos, como afirmaram as autoridades, mas "a granel dentro dos porões" dos cargueiros que se afundaram. O chefe adjunto do Serviço Federal de Protecção da Natureza (Rosprirodnadzor), Oleg Mitvol, admitiu ainda o risco de chuvas ácidas na zona do estreito de Kerch: "As chuvas ácidas poderão estar ligadas à grande quantidade de enxofre que caiu ao mar.
Fonte
Piores desastres ambientais feitos pelo homem
O ser humano é capaz de coisas magníficas, tanto para o bem quanto para o mal. Vamos focar aqui nas coisas extraordinariamente ruins que aconteceram por culpa das pessoas e que destruíram o meio ambiente de forma avassaladora. Acidentes ou tragédias planejadas que custaram muitas vidas de diversas espécies (inclusive humana), sendo que em alguns deles custam até hoje.
O desastre de Bophal – Tragédia é pouco para este caso, onde mais de 27 mil pessoas morreram. A Union Carbide era uma fabricante de pesticidas norte americana que tinha uma fábrica na Índia. A matriz, insatisfeita com os retornos financeiros da indústria, impôs cortes de orçamento, inclusive na área da segurança. Na madrugada de 3 de dezembro de 1984 40 toneladas de gases tóxicos foram liberados, contaminando mais de 500 mil pessoas que moravam na região. Para piorar a empresa negou qualquer tipo de vazamento, deixando médicos sem idéia de como tratar seus pacientes. A UC foi comprada pela Dow Química, que também se recusa a informar exatamente que componentes químicos vazaram.
Atualmente cerca de 150 mil ainda sofrem com os efeitos da contaminação e aproximadamente 50 mil pessoas estão incapacitadas para o trabalho, devido a problemas de saúde. É o maior desastre industrial já ocorrido.
A água e o solo das proximidades da fábrica foram muito contaminados. Um estudo realizado cinco anos após a tragédia mostrava que tanto o solo quanto a água eram tóxicos. Até hoje a água consumida pelos moradores locais é fornecida através de um sistema especial de abastecimento.
Continente de lixo no Oceano Pacífico – É inegável que o estilo de vida que adotamos cria uma grande quantidade de lixo. Isso pode ser visto atualmente no Oceano Pacífico, onde correntes marítimas criaram um verdadeiro continente de lixo do tamanho do estado norte americano do Texas (696 241 km²). Grande parte dos detritos levados pela chuva e pelos rios vai parar nos oceanos e esta corrente aprisiona o que vem do oeste americano e do leste asiático.
O plástico compõe 80% dos detritos encontrados e por ser fotodegradável ele se deteriora ao boiar exposto ao sol. Isso está criando uma espécie de areia de plástico que já está aparecendo nas ilhas do Pacífico. O impacto na vida selvagem é enorme pois peixes e aves confundem o lixo com comida e a mortalidade é grande. Mesmo quando estes peixes não morrem a quebra do plástico libera químicos tóxicos, que ficarão nos peixes que depois serão consumidos. A única maneira de acabar com esse tipo de fenômeno seria mudar nosso estilo de vida, algo que cada um precisa fazer por si só, além de cobrar medidas governamentais.
Alguns projetos tentam limpar a área. O Ocean Conservancy, em uma expedição feita por voluntários para limpar a área, em setembro de 2008, retirou 6,8 milhões de toneladas de lixo. Uma reportagem do canal ABC mostrou como estava a situação na área. Você pode assistir clicando aqui.
O encolhimento do Mar de Aral – Ele já foi o quarto maior lago do mundo com 68.000 km². Atualmente está reduzido a menos de 10% de seu tamanho. Em 1918 o governo soviético desviou parte das águas dos rios que alimentavam o Mar de Aral para aumentar a produção de alimentos e algodão. Em 1940 criaram-se novos canais de irrigação. A técnica rudimentar levava a perda de até 75% da água desviada em vazamentos e evaporação.
As poucas águas que sobraram se tornaram altamente poluídas por causa de testes com armamentos e projetos industriais, além do uso massivo de pesticidas. O processo de desertificação local está criando diversos problemas para as populações locais. As plantações estão sendo destruídas pelo sal depositado sobre a terra. O vento tem soprado o sal e partículas do solo poluído para outras áreas, causando danos à saúde pública e alterações climáticas.
Alguém lembrou da transposição do Rio São Francisco aqui no Brasil?
Exxon Valdez – Este é o nome do navio que em 24 de março de 1989 derramou cerca uma quantidade entre 50.000 m³ e 150.000 m³ de crude (forma não processada do petróleo) no mar ao bater em um arrecife no Golfo do Alasca. Consequentemente milhares de animais morreram nos meses que se seguiram. Estima-se que 250.000 pássaros marinhos, 2.800 lontras marinhas, 250 águias, 22 orcas, e bilhões de ovos de salmão foram vítimas deste desastre.
Acidente nuclear de Chernobyl – No dia 26 de abril de 1986 o quarto reator da usina sofreu uma catastrófica explosão de vapor, causando um incêndio, diversas explosões e um derretimento nuclear. Foi produzida uma nuvem de radioatividade que atingiu a União Soviética, Europa Oriental, Escandinávia e parte do Reino Unido. A contaminação foi 400 vezes maior que a da bomba de Hiroshima. Duzentas mil pessoas foram evacuadas de suas casas.
Como a contaminação ainda causará o câncer em muitas pessoas é difícil estimar o número de mortos em consequência do acidente. Acredita-se que 4 mil pessoas morrerão de doenças relacionadas. Ao todo 47 trabalhadores morreram no acidente e 9 crianças tiveram câncer de tireóide.
Derramamento de óleo no Golfo Pérsico – Durante a Segunda Guerra do Golfo, em 1991, o ditador Saddam Hussein viu que iria sair derrotado de sua invasão ao Kuwait. Ele mandou seus soldados explodirem poços de petróleo e derramarem o que conseguissem nas águas do Golfo Pérsico. Estima-se que cerca de 1,75 bilhões de litros de petróleo foram jogados na água, criando uma mancha de 6.787 km² que chegava a ter 13 centímetros de espessura em algumas partes.
A vida selvagem local foi gravemente afetada, onde animais morreram aos milhares. Pássaros migratórios e tartarugas marinhas estavam entre os mais afetados. Estudos recentes mostram que a área ainda não se recuperou do dano causado.
Contaminação em Love Canal – Situada próxima às Cataratas do Niágara, o local foi projetado para diversão, natação e canoagem no início do século XX. Nos anos 1920 foi vendido à Hooker Chemical Co. para servir de depósito de resíduos. No período entre 1942 e 1953 foram depositados mais de 21 mil toneladas de produtos químicos como DDT, solventes, PCB, dioxinas e metais pesados. Quando a capacidade do aterro se esgotou a empresa cobriu tudo com terra. Como a ocupação populacional estava a pleno vapor o conselho escolar precisava construir um novo colégio, por isso foi até a Hooker e comprou o terreno, mesmo sabendo que haviam resíduos tóxicos enterrados. A empresa se cobriu realizando a venda por 1 Dólar e deixando uma cláusula no contrato afirmando que em caso de problemas com a contaminação ela não seria processada.
A escola foi construída e no final da década de 1960 já existiam em Love Canal 800 moradias, 240 apartamentos e 3 escolas. Mesmo com as reclamações dos moradores de lixo que aparecia nos jardins e do forte cheiro as autoridades nada faziam, até que diversos problemas de saúde surgiram entre os que lá moravam. Doenças como leucemia, problemas respiratórios, nos rins, abortos espontâneos, deficiências em recém-nascidos, etc. eram comuns.
Exames na água identificaram 82 compostos, dos quais 11 potencialmente carcinogênicos. Em 1978 a zona foi declarada como área de emergência médica e seus moradores realojados. A escola foi fechada. Mesmo com a cláusula, a Hooker teve que pagar 98 mil Dólares ao Estado de Nova Iorque e 129 mil ao governo federal, além de uma indenização de 20 mil aos residentes.
Vazamento de óleo no Golfo do México – A explosão da plataforma Deepwater Horizon aconteceu no dia 20 de abril de 2010. Depois de passar dois dias em chamas ela afundou e desde aquele dia até hoje (1 de junho de 2010) ninguém conseguiu impedir o vazamento. Mesmo que ainda não existam números oficiais estima-se que estejam sendo jogados no oceano entre 1.900.000 e 3.000.000 litros de petróleo por dia.
Apesar do grande número de barreiras criadas para evitar a chegada do óleo à costa, já é possível ver animais cobertos de petróleo e peixes mortos. Mais de 34 mil pássaros afetados pelo desastre já foram contabilizados. Até o dia 30 de maio já foram encontrados mortos 491 pássaros, 227 tartarugas marinhas e 27 golfinhos. Estudiosos acreditam que a toxicidade do petróleo e a baixa concentração de oxigênio na água causados pelo vazamento possam causar um desastre ambiental ainda maior. Vamos torcer para que consigam logo fechar o vazamento.
Retirado D'aqui
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